segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Carta de Dom Miguel sobre a epidemia de gripe

Oliveira, 21 de agosto de 2009.

Caros sacerdotes e agentes de pastoral,

Favor estar atentos aos seguintes cuidados:

1. Caso estejam com sintomas de gripe, não tenham receio de suprimir a celebração, mesmo dominical e não distribuam a Sagrada Comunhão. Celebre-se o culto por outra pessoa. O padre possui faculdade de celebrar em casa para abastecer o sacrário das Sagradas Espécies.

2. Para evitar grandes aglomerações, celebre-se o mais das vezes no adro, evitando o uso de ambientes fechados.

3. As homilias sejam breves e sejam suprimidos avisos longos, cumprimentos e demais acréscimos que prolonguem a celebração.

4. Os ministros da comunhão eucarística, antes de distribuírem o Corpo do Senhor lavem bem as mãos na sacristia com água e sabão e façam o mesmo ao administrar a comunhão aos doentes. Neste caso, prefiram a visita pela tarde quando o sol já penetrou nos quartos para o bem do doente e do ministro.

Leiam a presente instrução e a façam conhecida em todas as comunidades.

SOBRE O CUIDADO COM A SAÚDE.

Caríssimos fiéis,
Considerando o desejo do Senhor de que todos gozem de boa saúde e a obrigação moral que temos nos cuidar bem e da saúde de nossos irmãos;
Diante da epidemia de gripe suína que está acontecendo, achamos por bem avisar aos fiéis sobre alguns cuidados necessários que poderão nos ajudar além daqueles que são apresentados pelos serviços de saúde.

1. Peregrinações.

• Que ninguém vá a romarias ou jubileus. O Arcebispo de Mariana já adiou para data indeterminada deste ano, a celebração do jubileu de Congonhas. Melhor perder uma passagem, que adoecer. As promessas, podemos cumpri-las em outro tempo ou trocá-las por motivo justo, bastando, para isto, buscar o sacerdote na confissão e pedir sua remissão. Podemos ainda rezar onde estamos, que Deus nos escuta no segredo do coração (cf. Mt 6,6).

• Todos evitem sair de casa em viagens sem necessidade, especialmente para grandes aglomerações de pessoas: festas, bares, estádios, shows, etc.

• Devemos também evitar muitas visitas, principalmente aos hospitais e às pessoas debilitadas.

2. Missas, celebrações e catequese

• Quem estiver com sintomas de gripe não deve, por caridade com o próximo, ir à Missa ou celebração.

• Devem evitar aglomerações e não tenham receio de se dispensarem da obrigação dominical, as crianças abaixo de dois anos; as grávidas ou que estão amamentando; as pessoas com baixa resistência como os diabéticos; os que estão em tratamento de câncer ou doença grave e os portadores de doenças crônicas.

• Ao tossir ou espirrar utilize sempre um lenço descartável ou o antebraço para cobrir a boca e o nariz, nunca fazendo uso da mão.

• Cada um leve também sua garrafinha de água bem protegida e recuse os usar copos coletivos a não ser que, bem lavados com água corrente e sabão abundante. Não é ato de orgulho ou desprezo do irmão, mas cuidado com a saúde.

• Ao chegar à casa, lavar bem as mãos com água abundante e sabão, esfregando bem e cuidando de separar toalhas de rosto, copo e vasilhames.

• Até que passe a epidemia, deve-se, em todas as celebrações, suprimir o rito do abraço da paz que é facultativo no Missal; ninguém receba a comunhão na boca, mas na própria mão, fazendo com ela um trono para Jesus como era de uso na Igreja Primitiva e seja suprimido o uso da comunhão sob duas espécies.

• Cuidar de abrir todas as portas e janelas do templo ou dos lugares de celebração, de modo a deixar tudo bem ventilado.

• A catequese seja dada em local aberto e ventilado e, se possível, nas áreas externas, fora das salas de aula.

• As festas de padroeiro e outras sejam adiadas, se for necessário e, caso sejam celebradas com aglomeração de pessoas, prefiram-se as missas campais até passar o mês de setembro ou a chegada das chuvas e o calor. Do mesmo modo, evitem-se celebrações em igrejas muito pequenas e pouco ventiladas.

• Devemos cancelar os encontros de formação que exijam espaços fechados ou dormitórios comuns, pelo menos até outubro.

Afinal, é desejo de Deus manifestado em Jesus “que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).

Ouçamos com atenção o nosso médico e o estimemos, conforme nos ensina a Palavra de Deus no Livro do Eclesiástico (Eclo 38,1-15).

Exortamos ainda a todos os fiéis que façam orações e súplicas a Deus por intercessão de Nossa Senhora e dos santos padroeiros para que seja logo debelada a epidemia.

Do mesmo modo, cada um, segundo suas capacidades e possibilidades, ofereça a Deus sacrifícios e penitência em reparação dos nossos pecados e suplicando ao Senhor que tenha misericórdia de nosso povo: “A oração dos humildes penetra as nuvens”, diz o Eclesiástico (Eclo 35,21) e o Senhor nos garante que tudo que pedirmos ao Pai em seu nome, ele nos atenderá (Jo 14,13).

Rezemos pois e nos unamos na caridade em mútua colaboração e confiemos em Deus.

A todos, saúde, bênção e paz em Deus.

Dom Miguel Angelo Freitas Ribeiro, Bispo de Oliveira.

Fonte: http://www.dioceseoliveira.org.br/index.php?id=41&item=exibe

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