quarta-feira, 8 de julho de 2009

Palavra do Pastor

11/06/2009
Compromisso de oração

Bento XVI anunciou a toda a Igreja a graça de um Ano Sacerdotal a ter início na solenidade litúrgica do Sagrado Coração de Jesus. A decisão vem do desejo de comemorar os 150 anos da morte de São João Maria Vianney, o Cura d’Ars. Os anos comemorativos não são somente para cultivar lembranças do passado, mas para repensar conceitos, refletir sobre a prática atual e reavivar compromissos. Apontam também certamente para aquelas urgências históricas que nos levam a dobrar os joelhos em oração, juntamente com todo o povo de Deus, pela santificação dos sacerdotes. A nós, padres e bispos, este Ano Sacerdotal cobra-nos maior empenho em viver com fidelidade à nossa vocação e a cuidar “com temor e tremor” de nossa própria santificação pessoal, da qual depende, em muito, também a do povo de Deus.
O Beato João XXIII escreveu em 1959, uma encíclica denominada “Sacerdotii nostri primordia” em que apresentava o Cura d’Ars como modelo de ascese sacerdotal pela pobreza, castidade e obediência; de oração e zelo pastoral. Será de muito proveito a todos, especialmente aos sacerdotes, a leitura deste documento.
O Santo Cura d’Ars nos recorda, aos que temos como missão o cuidado dos fiéis de Cristo, a cura d’almas, como se dizia tempos atrás, algumas coisas fundamentais: a conversão das paróquias depende da santidade do padre e da sua consciência de que não é melhor que o rebanho, mas parte dele, em vista de quem recebeu um dom e ministério específico. Somente a oração e a penitência pessoal pelas quais nos identificamos a Jesus sacerdote e pastor, pode nos fazer santos, porque a graça supõe a natureza. Este programa, no entanto, só poderá ser levado adiante se crescemos em nossa identificação com o Coração de Jesus, pois o sacerdote, pelo ministério que recebeu pelo Sacramento da Ordem, vive não outra, mas a mesma consagração de Jesus explicitada por ele em sua oração sacerdotal.
Como Jesus, precisamos nos jogar por inteiro nos braços do Pai: “Ita, Pater! Sim, Pai!” O Cura d’Ars disse certa ocasião: “Meu segredo é fácil de entender: dar tudo e não se preocupar com nada!” Jogar-se nos braços de Deus e confiar, porque Deus providenciará o mais que nos for necessário.
Mas a santidade do pastor depende também da oração dos fiéis. Todos os fiéis leigos devem se associar à oração dos pastores pedindo a Deus essa graça inestimável. Neste Ano Sacerdotal, que todos os fiéis se empenhem verdadeiramente no compromisso da oração diária pelas vocações, pela santificação do clero e de nossas famílias. Poderão fazer isto no oferecimento da Santa Missa, na adoração eucarística, na recitação do rosário, pela oferta de seus sacrifícios e penitências diárias ou, ao menos, com uma Ave-Maria, “a oração que não cansa”, segundo palavras do Cura d’Ars, em sermão por ele pregado na festa do Santo Rosário.

Dom Miguel Ribeiro,
Bispo Diocesano

Fonte: http://www.dioceseoliveira.org.br/index.php?id=3&item=exibePastor

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